Verdade?

Acho graça nas coincidências. Morro de rir para não chorar. Eu persigo as idéias acerca de mim como um cachorro atrás do próprio rabo. Quando canso, vou roer, pouquinha e acabrunhada, o osso da verdade acerca de mim. Aquela escondida depois das tantas outras. A que só eu sei. E não conto fácil.
Eu me construí artista, principalmente porque a minha versão como musa não deu lá muito certo. Eu queria. Tentei de verdade. Fiquei muito tempo brincando de pousar para muitos, até que resolvi fazer algo a respeito destas visões distorcidas, nas quais eu não me reconhecia.
Então é isso. É para isso que escrevo, é por isso que pinto, costuro e bordo. Para que cessem todas essas vozes que me contam, nem que seja por alguns poucos minutos.
Para que de alguma forma, eu consiga gritar além dos risos que ecoam quando conto minhas piadas, dos olhares que me inventam quando me fantasio com decotes e saias curtas. Escrevo para me sobrepor às idéias pré-concebidas, que tentam me matar cada vez que me apresento distinta do que desejam.

Um comentário:

Menina no Sotão disse...

Você me fez pensar nos meus próprios passos e agora preciso espiá-los. Na minha condição de escritora preciso narrá-los... rs


bacio